Os músculos espásticos têm um aumento da resistência quando são alongados, sendo mais difícil "esticá-los" e também custam mais a relaxar, o membro parece "duro" e "pesado", criando dificuldades para a realização do movimento e atividades da vida diária.
A espasticidade leva à alteração no crescimento do músculo, o que gera deformidades que inicialmente são dinâmicas, ou seja, podem ser revertidas com posicionamento ou uso de órteses, mas posteriormente tornam-se mais fixas e rígidas, difíceis de reverter sem cirurgia.
Um dos tratamentos indicados para a espasticidade é a aplicação muscular de toxina botulínica. Após a aplicação a fisioterapia deve ser intensiva e específica, a fim de otimizar os resultados. 

O treino de marcha em esteira com suporte parcial de peso é uma técnica avançada que complementa as demais utilizadas na fisioterapia convencional, pois permite que o paciente adquira a ortostase e execute movimentos da marcha, mesmo em períodos precoces de pós-operatório de cirurgias ortopédicas dos membros inferiores ou quando ainda não possui força e equilíbrio necessários para desempenhar a marcha sem apoio e com descarga de peso completa. O treino inicia com a suspensão de peso suficiente para permitir qualidade de movimento do paciente evoluindo para a redução do suporte de peso de acordo com a sua melhora. Após o período de treinamento os benefícios adquiridos tendem a manter-se se o paciente seguir as orientações dadas pelo profissional responsável.

Os principais benefícios do treino de marcha em esteira com suporte parcial de peso são:

● Melhora da postura em ortostase;
● Otimização dos resultados em pós-operatório imediato, por permitir a ortostase minimizando riscos para a cirurgia ou intervenção que o paciente realizou;
● Melhora da cadência da marcha e do comprimento do passo;
● Melhora do equilíbrio durante a marcha;
● Melhora da força muscular de MMII;
● Melhora da consciência corporal de descarga de peso em MMII e adequação postural;
● Aprimoramento das fases da marcha deficitárias, por permitir ao paciente a repetição do movimento correto através do movimento da esteira e auxílio manual ou verbal do terapeuta.
● Permitir a experiência de ortostase em pacientes mais comprometidos, mediante liberação clínica e radiológica.

É uma terapia utilizada para pacientes maiores de 2 anos, com paralisia cerebral hemiplégica ou em hemiplegias após acidentes vasculares cerebrais, em que um lado do corpo é acometido e o membro superior mostra limitações do movimento. Baseia-se no incentivo ao uso do membro afetado, restringindo a mobilidade do membro bom, através do uso de gesso, tipóia ou outros recursos, acompanhado de programa de fisioterapia específico e de orientações para exercícios em casa.
Como resultado desta terapia ocorre melhora do uso do braço afetado e das habilidades manuais, como alimentação, higiene, vestuário, segurar e soltar objetos, coordenação motora fina, preensão e força muscular. 

Deformidades do membro superior são comuns após acidentes vasculares encefálicos (AVE)), devido à espasticidade e à falta de força que ocorrem. Os músculos espásticos restringem a mobilidade das articulações, dificultando o posicionamento do braço, punho e dedos, o que limita o processo de reabilitação.

São essenciais no tratamento:
● início precoce da reabilitação, que deve ser interdisciplinar;
● protocolos específicos de avaliação inicial e para acompanhar os resultados do tratamento;
● fisioterapia: imediata e contínua, com técnicas funcionais e de recuperação da força;
● controle da espasticidade, o que às vezes requer aplicações de Toxina Botulínica;
● uso de órteses, quando indicadas. 

O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade dentro de uma base de suporte que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais durante situações estáticas e dinâmicas.
A manutenção do equilíbrio do corpo no espaço é um fenômeno complexo que depende da integração de várias estruturas como: sistema motor, sensibilidade proprioceptiva, aparelho vestibular, visão, cerebelo dentre outros. A queda é uma das principais consequências da falta de equilíbrio nas crianças, adultos e idosos após uma lesão neurológica, além disso, a dificuldade de equilíbrio compromete as funções motoras como marcha e transferências posturais. A fisioterapia utiliza-se de condutas dentro da cinesioterapia para aprimorar esta dificuldade, dentre elas os trabalhos de propriocepção e o uso da plataforma vibratória. A plataforma vibratória trata-se de um equipamento que permite a vibração em diferentes velocidades, proporcionando ao paciente a sensação de desequilíbrio durante os exercícios propostos, além de auxiliar na propriocepção ligamentar, favorecendo a parte musculoesquelética do paciente. 

Este programa é destinado a todos os indivíduos que tenham sofrido alguma lesão neurológica central ou sejam portadores de alguma patologia neurológica degenerativa, tais como:
Acidente Vascular Encefálico (AVC), Traumatismo Crânio-encefálico (TCE), Esclerose múltipla, Esclerose Lateral amiotrófica (ELA), Distrofias musculares, dentre outras sequelas motoras advindas de doenças neurológicas.
O fisioterapeuta realizará uma avaliação específica do indivíduo, e, com base no exame físico, participação social e atividades que forem identificadas, será elaborado um programa de reabilitação, utilizando técnicas e tratamentos específicos, a fim de aprimorar os déficits encontrados e permitir a este indivíduo o retorno/independência, dentro de suas limitações as suas atividades de vida diárias.
Dentre as técnicas utilizadas incluem: métodos de modulação de tônus, treino de gestos funcionais do cotidiano do indivíduo, programa de fortalecimento muscular, estimulação elétrica associada ao treino do gesto motor, treino de marcha em esteira com/sem suspensão parcial de peso, programas de equilíbrio e propriocepção utilizando também a plataforma vibratória.
O indivíduo será reavaliado em todas as sessões de terapia para que possam ser identificados os pontos fortes e fracos do tratamento e ajustar condutas de acordo com sua evolução.